GUSTAVO COELHO MARINS

Tenho 53 anos, sou casado e pai de 2 filhos. Me formei em Biologia em 2003 e em direito no ano de 2014. Em 2015 consegui aprovação na prova da ordem, pois entendo que não é uma prova excludente como um concurso público. Trabalhei em 2015 em um tradicional escritório de advocacia tributarista, que praticava advocacia de partido. Isto para atender clientes da área ambiental, Pois por ser biólogo, e já ter ocupado o cargo de secretário municipal de meio ambiente da minha cidade, conhecia um pouco do direito material ambiental. Também porque que muitos dos clientes deste escritório são empresas que atuam no ramo de extração e/ou beneficiamento rochas ornamentais, Que é vocação da minha cidade. Todavia, me senti inútil, pois as demandas ambientais não eram tantas. Daí me mudei para Portugal, onde fiquei até meados de 2017. Ao retornar, atuei no serviço público, No setor de licitação do Fundo Municipal da Secretaria de Saúde. Ao sair desse cargo comecei a advogar de fato e, por não ter clientes, me inscrevi como advogado dativo em 21 comarcas adjacentes a minha cidade, nos anos de 2019 e 2020, onde angariei 289 clientes. Este período para mim foi uma dicotomia, antes um advogado iniciante e inexperiente e depois para o advogado pouco mais preparado, mais combativo, sem medo de juiz e promotor. Muito embora tenha, em parte, pagado para trabalhar, aprendi muito e, portanto, sou grato e me sinto satisfeito por ter ajudado muita gente que dependeu do meu trabalho. Sempre defendi os beneficiários da AJG como se cliente particulares fossem, isso porque o múnus e a minha moral me cobravam, mas, sobretudo, pela oportunidade de aprender cada vez mais com os erros, com o estudo e com a boa vontade de muitos Magistrados que nunca deixaram um jurisdicionado ser prejudicado pela minha inexperiência. Hoje, apesar de especialistas na área do direito ambiental, é a área que menos atuo. Sou um eterno aprendiz, ainda generalista pois estou na areia movediça dos honorários prévios para não acumular dívidas, o que as vezes deixo de cobrar o justo, mas só dos que não possuem condições de pagar o que seria justo. Espero em breve estar em uma posição mais privilegiada o que vejo acontecer aos poucos. Mas confesso que sinto falta do calor, da simplicidade, da confiança e do reconhecimento dos beneficiários da AJG, pois os meus atuais clientes, possuem o que chamo de “Síndrome da Leyde Kate”, o famigerado “To pagando”. KKKK um forte abraço a todos