Pai Que Causa Dano Psicólogico Ao Filho Pode Ter O Seu Direito De Visitas Retirado?

Discussão em 'Direito de Família' iniciado por Aline Marra, 27 de Julho de 2010.

  1. Aline Marra

    Aline Marra Em análise

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    Olá. Gostaria de colocar esta questão para discussão.

    A mãe busca o reconhecimento do filho de 4 anos pelo pai biológico e por exame de DNA constata que é realmente seu filho.
    O pai regulamenta a pensão e quer o direito de visitas do filho.
    Depois de algum tempo com as visitas, o filho começa a negar-se a ir à presença do pai, chorando muito, apresenta comportamento agressivo com os outros irmãos, com a mãe e os avós, e depois das visitas fica triste. Agora o filho vem regredindo ainda mais, chegando ao ponto de não querer falar mais com ninguem e se comportar como bebê, pedindo até o peito de sua mãe para mamar.

    O laudo de um psicólogo relata o imenso sofrimento da criança e sugere que as visitas acontençam em ambientes familiares à criança, até adquirir a confiança no pai, e acompanhamento com psicoterapia.

    A mãe quer descumprir a determinação da justiça de entregar a criança aos domingos e revogar totalmente este direito
    do pai.

    Comprovado que o contato com o pai causa dano psicológico na criança, isso pode retirar o direito de visita de um pai?

    Essa atitude pode ser enquadrada em alguma das hipoteses de suspensao ou destituição do poder familiar? Qual seria a melhor ação a ser ajuizada?
  2. Cjardim

    Cjardim Membro Pleno

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    Aline

    Esta situação até pode restringir o direito de visitas do pai, podendo ser determinado que as visitas ocorram sob a supervisão de assistente social.

    Ajuize uma ação de regulamentação de visitas, informando os fatos, juntando o laudo do psicólogo, requerendo avaliação com urgência pela assistente social e por psicóloca, e pedido liminar de suspensão das visitas até a vinda dos laudos, ou de visita supervisionada.

    Boa sorte!

    []s
  3. IRON LAW

    IRON LAW Membro Pleno

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    Por que um filho se recusaria a ir para a visita? Pensemos nisso.

    Por experiência de vida e profissional, eu diria que a criança está sofrendo influência materna no sentido de nutrir maus sentimentos pelo pai. Isso tem nome: Síndrome da Alienação Parental. De tão comum, essa atitude passou a ser vigiada pela lei. A minha pergunta seria: o que se pode fazer, cível e criminalmente, para punir essa mãe?
  4. Aline Marra

    Aline Marra Em análise

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    Obrigada pela ajuda Cjardim
    Aline
  5. Aline Marra

    Aline Marra Em análise

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    Obrigada por sua opinião Iron Law
    Realmente existe essa discussão. Porém pensamos da seguinte forma: a criança apresenta normalmente um comportamento tranquilo e logo após a visitação do pai, muda totalmente de comportamento, fica agressivo com todos, inclusive com a propria mãe. Vc não acha que se existe alienação parental neste cado não seria por parte do pai?
    Toda criança reflete o comportamento da pessoa que está junto à ela.
    E se ela está se negando a ir com o pai, deve ser porque ela mesma sente, apesar da pouca idade, a diferença entre estar com a mãe e os avós em um ambiente agradavél e estar com pai em um ambiente totalmente o contrário.
    É o que penso.
  6. IRON LAW

    IRON LAW Membro Pleno

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    Quando você começar a lidar mais com essas situações, verá que a verdade costuma ser bem diferente do que parece.

    A criança pode mostrar-se agressiva e triste ao voltar da visita e isso pode parecer algo que vem da casa do pai. Na MINORIA dos casos até pode ser. Mas, em geral, isso reflete a seguinte situação: a criança se vê atormentada ao saber que a mãe, às escondidas de todos, impõe a seguinte condição ao filho (muitas vezes subliminarmente): “se quer o meu amor, odeie seu pai”. Assim, a criança vai para a visita, diverte-se com o pai e volta para casa acuada, sabendo que externar essa alegria significará o desprezo da mãe. Que criança não ficaria triste e agressiva nessa situação?

    Não estou falando de forma leviana. Isso acontece corriqueiramente.

    No seu caso específico, não lhe causa suspeita uma mãe desejar interromper completamente a visitação, em vez de tentar acertar as coisas entre pai e filho (até porque uma boa mãe sabe que toda criança necessita de um pai para se desenvolver bem)?

    Eu estudei profundamente sobre a SAP (coloquei, inclusive, esses estudos em minha monografia, na qual auferi grau 10). E levantei estatísticas impressionantes. Nos anos 90, metade das mulheres que se separavam litigiosamente acusavam o ex de molestar sexualmente o filho (estatística mundial). Estou acompanhando um caso desses e não tenho dúvidas de que o pai está preso injustamente.

    As pessoas são muito ingênuas, o que inclui psicólogas (em geral, arrogantes, empoladas e despreparadas para lidar com a SAP) e assistentes sociais. Aliás, se você estudar o perfil dos alienadores parentais, uma de suas características marcantes é: a capacidade de enganar psicólogas, assistentes sociais e advogados. Estude a respeito e verá. Comece pelo site da APASE.

    Abraços.
  7. Aline Marra

    Aline Marra Em análise

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    Goiás

    Iron Law. Novamente te agradeço.
    Concordo com vc em certo ponto, se me permite contestá-lo.
    Também reconheço que na maioria dos casos de separações há essa alienação por um dos lados ou até por ambas as partes, mas como vc mesmo disse, na maioria dos casos ocorre de forma subliminar.
    Essa é a questão principal. Não pensando pelo lado de quem é errado ou não, mas pensando no lado da criança, como lidar com isso então?
    Só pelo fato de um casal ter se separado, já mostra que seus temperamentos não se batem. Imagina então para aquele que não possui a guarda, ou que não tolera o antigo companheiro estar com outra pessoa e ver esta em contato com seu filho?
    É impossivel retirar essa alienação parental deste tipo de situação. Sempre haverá motivos para um falar mal do outro para o filho.
    Isso não só acontece nos casos de família, está presente em todo o cotidiano, sempre que somos obrigados a suportar situações que não nos agradam.
  8. alogicadodireito

    alogicadodireito Em análise

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    Normalmente o problema não está na relação com os filhos, mas sim em um fim traumático da relação amorosa da qual foi gerada a criança.

    O grande problema nestes casos está com os homens, e isso a antropologia explica.

    Homens são machos, como todos os outros seres do mesmo gênero, possuem os mesmos "defeitos". Para eles as fêmeas, no caso mulheres, são tudo para eles, pois sem elas eles se sentem perdidos, quando existem o chamado "amor" masculino.

    Assim como no reino animal, um macho só abre mão da sua fêmea com a morte ou com o banimento absoluto. (veja o caso dos leões) os machos preferem a briga, a morte, o banimento do que conviver com outro macho, sua fêmea e outro macho.

    Sem essa de machismo, pois quem está escrevendo neste momento é uma mulher. Estou falando de uma realidade atual. OS MACHOS DA RAÇA HUMANA ESTÃO EM CRISE.

    Ainda temos um pouco de instinto animal em nossos corpos animalescos, é o caso do cheiro, da atração sexual, etc, etc, etc...

    Homens são criados por mulheres, por isso eles nos colocam em um pedestal sagrado quando estão amando, mas nem por isso se tornam principes encantados, e as crises vem por vários motivos.

    Eles não estão preparados para o novo comportamento feminino humano, e nunca estarão.

    Poderemos puni-los mais uma vez, pois em uma separação conjugal, eles sempre perdem a convivência afetuosa da mulher, parte da convivência dos filhos, e parte de da sua estiva, ou seja eles perdem tudo aquilo que é capaz de torna-los mais humanos, ai eles se comportam como animais, ou fogem ou atacam.

    Os homens não conseguem aceitar as mulheres pela metade, tanto que no casamento eles recebem a mulher do pai dela, o que na mente deles significa que eles estão recebendo todo o passado delas até ali, e o vestido representa a pureza desse passado. já com a mulher não funciona assim.

    Normalmente as mulheres reclamam que os homens não as entende, mas será que as mulheres entendem os homens?

    Assim como no casamento, também é na separação, a parte animalesca do homem ou pega tudo ou larga tudo (inclusive os filhos que são parte da mulher).

    Quando amam, os homens são capazes de aceitar a mulher por inteiras, passado presente e futuro, por isso ficam perguntando todo o nosso passado, para nos aceitar completamente.
    O homem aceita até um filho que não é dele, e ama como se fosse e ai daquele que falar que não é, só para ficar com a mulher que ama, mas é capaz também de abandonar um filho que ama, só porque PENSA QUE A MAE DELE NÃO É MAIS PURA. e então demora a aceitar o fim, por que tem que tem abandonar tudo, e abandona.

    Coisa de macho.

    Mas nós mulheres precisamos entender que muitas vezes nossas mães (outras mulheres) que nos criaram nos fazem ver os homens como inimigos, e ai...
  9. Rosa Santos

    Rosa Santos Membro Pleno

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    Como ficou este caso? estou com um caso parecido, o que foi detectado em relação a criança.
  10. winy mangabeira franklin

    winy mangabeira franklin Membro Pleno

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    boa noite, gostaria de aproveitar a oportunidade para solicitar informações referentes a um caso parecido. No caso de o pai aparecer, prometer atenção e afeto ao filho e derrepente sumir, causando grande confusão mental e emocional na criança, há possibilidade do deferimento de pedido de danos morais?

    Outra coisa. A ação de alimentos de uma cliente e de 2010. Em 2013 houve um pedido de execução da sentença extinto com resolução do mérito devido inércia da parte autora. Agora, ela quer solicitar o pedido de pensão novamente. Como faço? desarquivo o processo principal e faço o pedido de execução; ou ajuízo ações de execução e penhora? seriam de forma autônoma ou por dependência?
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